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Vende-se uma grande coleção de medos, em perfeitas condições. Única dona, que os coleciona desde novinha. Um pequeno medo de ficar sozinha, acompanhada de uma garganta meio rouca pelo uso assistindo filmes de terror, medo de escuro, medo da dor. Grande medo de instrumento cortante, formado por uma lâmina e um cabo - em quatro letras, uma FACA.Será também aceitas trocas por sorrisos que causem uma leve taquicardia para que não se sinta dor ou até mesmo pagamentos em comida..ops, esqueci que também há aquele pequeno medo de engordar. Caso a tratar diretamente com a proprietária - mas somente em lugares escondidos, por ela ter medo de ser observada.
Te venero. Te adoro. E de tanto gostar odeio. Me afasto. Me corto. E volto. Te a..! Brigamos. Me engano... E fujo. Resolvo. Ressurjo. (Como fenix de desenhos animados. Das cinzas de mais um dos seus cigarros). Novamente te acho. Me descubro e me encaixo. E creio. Sem freio. Sonhando. Acrescentando. Provando. Querendo. Gostando. Rimando. (Em um devaneio)
Há meio século, vinha ao mundo o homem que aos 31 seria meu pai. Que seria meu heroi quando fosse criança, minha melhor compania e parceria quando me tornasse adolescente, alguém que eu aprenderia a aceitar do jeito que é e amar incondicionalmente - meus melhores beijos de boa noite durante 18 anos.Nosso amor sempre se dar pelo simples fato da nossa compreensão em tudo. Por eu ter nascido em um domingo de carnaval, ele sempre fala que eu fui a sua melhor festa. E por ele me amar tanto, apesar das teimosias e tudo mais, meu melhor presente é ser sua filha. Eu deixo claro a todos quanta admiração eu sinto por ele, meu primeiro e verdadeiro amor.
Então vou te escrever em silêncio - cheios de desabafos e sentimentos escondidos. Como aqueles que ficam ao telefone no término dos assuntos ou que nascem do dia cansativo. Daquele que brota junto a saudade... Mas esse será um silêncio demorado, que deixa minhas frases mais perdidas e me deixa aflita de tanto anseio (essa é a parte que odeio), decorado de tanto clichê - meio banal - certezas não ditas, lições de moral.Estou logo avisando: vou te escrever em silêncio. Pra que você me decifre apenas olhando (como é de costume) e não achar que está tudo em branco.p.s: E eu já descobri o porque do seu silêncio, nem as palavras querem se separar do afago da sua boca.
Ultimamente tenho notado que por todo lugar que passo uma coisa nova se junta ao meu eu. Uma sensação grande vem me tomando aos pouquinhos. Reconheço os que me querem bem apenas em conversas - de maneira leve - e vejo que são o contrário do que eu esperava. Gosto de ver as pessoas ao meu redor, novas na minha vida, agradáveis e cheias de histórias para compartilhar - principalmente me acrescentar. E eu acabo guardando cada palavra dita, às vezes nem tudo é do meu agrado, mas tudo me preenche. Isso tem me acontecido bem, ando fazendo minha coleção: Dos que me querem bem. Um ritmo saboroso vai tomando a minha dança e começo a entrar no compasso e cada passo me leva a um lugar destindo cheio de coisas interessantes. Embora eu ainda seja um pouco insegura, aprendi a me divertir e sorrir no fazer dessas escolhas, aproveitando de tudo que elas me reservam.Tudo isso é uma grande alegria, sinto que como um albúm vão me completando e feito um livro me desvendando.